“OS VENTOS DO NORTE NÃO MOVEM MOINHOS”: a contribuição do pensar decolonial para uma pedagogia queer
Palavras-chave:
Decolonialidade, Pedagogia da desobediência, Teoria queerResumo
A educação escola brasileira, da forma como está arquitetada, carrega a herança de nosso passado colonial, que impôs a cultura e o conhecimento de povos dominantes a identidades que se expressavam de forma distinta e, por isso, não eram reconhecidos como legítimos. Sob essa perspectiva, a atuação da escola muitas vezes resultou na destruição de culturas e saberes; revelando a violência dessa instituição. Objetivamos neste texto, uma reflexão crítica acerca do modelo educacional que está posto, e, apresentamos a contribuição de um pensamento pautado na decolonialidade a partir das contribuições de pensadores latino-americanos, que denunciam tal realidade e propõe, como forma de ruptura, uma educação para a liberdade. Apontando para uma perspectiva decolonial, que se encontra com a educação como prática da liberdade, revelando que outra educação é possível. Dentre as provocações, propomos uma reflexão sobre a pedagogia decolonial queer, a fim de repensar nossas práticas no chão da escola que ainda são pautadas na exclusão, na abjetificação1, sobretudos dos corpos que borram as normas canônicas de gêneros e sexualidades. Questionar nossos próprios comportamentos e nossas próprias convicções é sempre muito mobilizador, para que resulte em alguma transformação, tal disposição precisa ser acompanhada da decisão de buscar informações, discutir e trocar ideias, ouvir aqueles e aquelas que, historicamente e socialmente foram instituídos como ‘outros’.
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