O FILME AZALI E O TWITTER: lugares de produção do corpo da mulher negra
Palavras-chave:
Mulher negra, Corpo, Identidade, MídiaResumo
No estudo em questão, buscamos compreender a produção do corpo do sujeito mulher negra no
cenário atual, tendo como objetos de pesquisa o filme Azali (direção de Kwabena Gyanash,
Gana, 2018, 1h29min) e dois enunciados publicitários na rede social Twitter (2011, 2017). Para
tanto, inicialmente, vamos analisar como o corpo da mulher negra é mostrado nessas mídias e
entender a produção de sentido de inferioridade desses sujeitos. Assim, vamos nos debruçar nos
pressupostos teórico-metodológicos de Foucault (2007a, 2007b, 2001), Veiga-Neto (1996) e
Fernandes (2005) sobre discurso e enunciado; bem como em Almeida (2019), Davis (2016) e
hooks (2013) com as noções de racismo, raça e gênero. Para a análise discursiva, foram
selecionados enunciados significativos, por meio do procedimento de recorte de elementos de
cenas do filme e de anúncios publicitários, destacando o posicionamento da câmera, plano e
composição. Quando o corpo da mulher negra é mostrado nos enunciados midiáticos, ele é
constituído por discursos que limitam e determinam suas ações. Além disso, esses discursos
(re)produzidos historicamente reforçam estereótipos e a marginalização da mulher negra.
Concluímos que o corpo negro é produzido por discursos hegemônicos que materializam as
relações de poder, invisibilizam e subalternizam a identidade negra na sociedade.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio Luiz. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
AZALI. Direção de Kwabena Gyansah. Gana: Ananse Entertainment, 2018. 1 DVD (92
min.). Disponível na Netflix.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília, DF: Presidente da República, [2016]. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26
maio 2023.
BRASIL. Brasil tem cerca de 822 mil casos de estupro a cada ano, dois por minuto, 2023.
erso%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o%20brasileira>. Acesso em: 07 ago. 2023.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DA SILVA BORGES, Roberto Carlos; DA SILVA BORGES, Rosane (Ed.). Mídia e
racismo. ABPN, 2012.
FERNANDES, Cleudemar Alves. Análise do discurso: reflexões introdutórias. Trilhas
Urbanas, 2005.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Tradução Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2007a.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Tradução Laura Fraga de Almeida Sampaio.
São Paulo: Edições Loyola, 2007b.
Seminário Gepráxis, Vitória da Conquista – Bahia – Brasil, v. 9, n. 18, p. 1721 - 1739 , maio, 2024.
FOUCAULT, Michel. A Vida dos Homens Infames. In: FOUCAULT, M. Estratégia, PoderSaber. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. (p. 203-222).
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e
diálogos. Organização de Flávia Rios e Marcia Lima. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2020.
Disponível em: https://ppgs.uff.br/wp-content/uploads/sites/563/2022/08/Gonzales-2020.pdf.
Acesso em: 03 jul. 2023.
GREGOLIN, Maria do Rosário. V. Foucault e Pêcheux na Análise do discurso: diálogos e
duelos. São Carlos: ClaraLuz, 2004.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. Raça, cor, cor da pele e etnia. Cadernos de Campo
v. 20, n. 20, p. 265-271, 2011. Disponível em :
<https://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/download/36801/39523>. Acesso em:
set. 2023.
GUIMARÃES, Juca. Brasil tem sete estupros por hora; mulheres negras são as principais
vítimas. Terra, 2022. Disponível em: <https://www.terra.com.br/nos/brasil-tem-seteestuprosporhoramulheresnegrassaoasprincipaisvitimas,a945775b6bcf75c5a8d4a08bd4aa1e9d
cx44vdyq.html>. Acesso em: 07 ago. 2023.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
NOGUEIRA, Luís. Manuais de cinema III: Planificação e Montagem. Covilhã: Livros
LabCom, 2010.
PORTAL VERMELHO. Publicado em 16, set, 2011. Twitter: @portalvermelho. Disponível
em: https://twitter.com/portalvermelho. Acesso em: 22 fev. 2023.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte, MG: Letramento, 2017.
ROSADO-NUNES, Maria José. Gênero e religião. Revista Estudos Feministas, v. 13, p. 363-
, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2005000200009. Acesso em:
maio. 2023.
TÁ GRAVADO BRASIL. Publicado em 9, out, 2017. Twitter: @tágravadoBrasil. Disponível
em: https://twitter.com/TaGravadoBrasil. Acesso em: 22 fev. 2023.
VEIGA-NETO, Alfredo José da. A ordem das disciplinas. Tese de doutorado no Programa de
Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Porto Alegre, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você é livre para:
Compartilhar - copia e redistribui o material em qualquer meio ou formato; Adapte - remixe, transforme e construa a partir do material para qualquer propósito, mesmo comercialmente. Esta licença é aceitável para Obras Culturais Livres. O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
Atribuição - você deve dar o crédito apropriado, fornecer um link para a licença e indicar se alguma alteração foi feita. Você pode fazer isso de qualquer maneira razoável, mas não de uma forma que sugira que você ou seu uso seja aprovado pelo licenciante.
Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outros para fazer qualquer uso permitido pela licença.