DESAQUENDAR A EDUCAÇÃO PARA SUBJETIVIDADE E DIVERSIDADE DA IDENTIDADE DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA
Palavras-chave:
Diversidades, Escola, Identidade de Gênero e SexualidadesResumo
No mundo contemporâneo, há um vocativo para repensar o espaço escolar enquanto uma instituição
promotora na formação de cidadãos/ãs que compreendam as diversidades de identidades de gênero e
sexualidades, suas intersecções, a partir de uma educação crítica e emancipatória. Contraditoriamente,
observamos resistências de um padrão educacional conservador, histórico, moderno-colonial, calcado
em lógicas binárias de saber-poder, estruturantes às normas hegemônicas, materializadas em regimes de
modos de ser e existir pela ótica cisgênero, heterossexual, patriarcal, branca e capitalista. Em
consequência a esta estrutura, tem-se como um dos resultados a (re)produção de determinados processos
educativos cisheterossexistas, que promovem a manutenção de violências contra corpos em dissidência
em relação ao ideário de sujeito-universal. Portanto, nessa conjuntura, a escola se apresenta como um
possível tentáculo de uma tecnologia necrobiopolítica que opera através de pedagogias
cisheteronormativas o status quo de um regime que aquenda a diversidade de subjetividades inerentes
a condição sócio-humana. Isto posto, questionamos a partir deste trabalho, se o sujeito é historicamente
constituído pelas relações de poder de uma determinada época, quais são as práticas contemporâneas
que resistem e produzem subjetividades em dissidência às normas que concebem um ideário-padrão de
sujeito a ser constituído na escola? Ao partir de tal indagação, desaquendar reflexões é o objetivo
proposto neste estudo, e, para tal, utilizou-se do método da pesquisa bibliográfica e do caráter analíticoreflexivo dos autores a fim de realizarmos o levantamento de bibliografias que tencionam discussões
sobre as populações submetidas à subalternização social devido ao regime sexo-gênero-desejo binário
e biomoral. Neste ínterim, a promoção de debates se torna imprescindível para ficcionar realidades em
que se torne possível o desenvolvimento de uma educação libertadora e democrática na instituição
escolar.
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