A educação antirracista no ensino médio: escrevivências juvenis no campo e na educação profissional
Palavras-chave:
Educação étnico-racial e Juventudes. Escritas de si no ensino Médio. Pedagogia griô.Resumo
Neste texto, tematizamos sobre as vivências identitárias antirracistas da coordenadora, de professores e jovens estudantes numa escola , pública, de ensino médio em Riachão do Jacuípe, Bahia. Buscamos promover uma educação étnico-racial decolonizadora do saber/ser/viver centrada na pedagogia griô (PACHECO,2006; 2015). Metodologicamente o estudo foi fruto de uma pesquisa-ação (BARBIER,2002), cujos resultados demonstraram que as práticas pedagógicas centradas na oralidade, no diálogo intergeracional e nas escrevivências, promoveram um singular encontro ancestral entre a comunidade escolar e os griôs mais velhos da comunidade de chapada e sede. Essas vivências juvenis foram legitimadas pelas narrativas de si, das quais se destacam a busca pela ancestralidade e pela identidade na travessia do “tornar-se negro/negra” na atualidade, em pleno sertão baiano. Portanto, ao (re)conhecer reverenciar e referenciar nossos ancestrais, estamos (re) afirmando a nossa identidade afro-indígena, para que nos desafiemos sempre a existir/resistindo, através da educação para as relações étnico-raciais positivas.
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Referências
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