A CIÊNCIA DO FOGO E OS CURSOS DE ENGENHARIA FLORESTAL DO BRASIL: UMA ANÁLISE CIENCIOMÉTRICA

Resumo

Nos últimos anos houveram intensos debates sobre o agravamento dos incêndios florestais, o aumento na ocorrência de eventos extremos e sua relação com as mudanças climáticas. A expansão da Ciência do Fogo é crucial para que seja possível avaliar os impactos do fogo na natureza, prever sua ocorrência e comportamento e criar protocolos de manejo que considerem as particularidades locais. Essa área de estudos não se limita à análise química do fogo, abrangendo também seus aspectos bióticos, abióticos, histórico-culturais e sociais. Este estudo apresenta resultados preliminares de uma pesquisa qualitativa e quantitativa sobre a comunidade de pesquisadores da Ciência do Fogo no Brasil. O objetivo é mapear como esta pesquisa está distribuída no país e se existe uma rede colaborativa estabelecida. No entanto, vale ressaltar que o estudo piloto considerou apenas pesquisadores de cursos de Engenharia Florestal com conceito no ENADE acima de quatro, representando apenas 34% das instituições brasileiras. A análise da distribuição dos trabalhos publicados revela que a maioria deles está associada a cinco pesquisadores de duas instituições localizadas nos estados do Paraná e de Minas Gerais. Estes pesquisadores tendem a concentrar suas atividades em suas regiões de origem. Além disso, embora mais de 45% dos artigos sejam publicados em língua estrangeira, 70% das revistas que os publicam têm alcance nacional ou regional, o que limita a contribuição dos pesquisadores brasileiros para o avanço da Ciência do Fogo.